Sindicato exige 2° turno em eleição de Conselho Administrativo da Embraer

Votos de primeiro colocado são insuficientes para legitimar vitória

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, filiado à CSP-Conlutas, entrou com um pedido de realização de 2º turno das eleições do Conselho Administrativo da Embraer.

O pedido, já protocolado junto à Comissão Eleitoral, é baseado no resultado da apuração dos votos, que aconteceu nesta quinta-feira, dia 17.

A Chapa 8 ficou com 39,4% dos 10.397 votos válidos, e a CHAPA 4, apoiada pelo Sindicato, com 35,3%. Uma diferença de apenas quatro pontos percentuais, ou seja, nenhuma das chapas conseguiu a maioria dos votos válidos.

“Este é um caso clássico para a realização de 2º turno, em uma eleição democrática. Afinal, ninguém pode ser declarado vencedor com 39% dos votos, numa disputa entre oito chapas. Ainda mais se a segunda colocada obteve uma votação muito próxima, como foi o caso”, disse o advogado do Sindicato, Aristeu Pinto Neto.

Além disso, segundo o advogado, a lei determina que as regras da eleição do Conselho Administrativo sejam definidas em conjunto, entre Sindicato e empresa. “A Embraer não procurou o Sindicato para fixar as regras da eleição. Mas, certamente se o resultado fosse o contrário, a própria empresa pediria o 2º turno”, disse Neto.

A Comissão Eleitoral está analisando o pedido e deve dar uma resposta até o final do dia.

Para o vice-presidente do Sindicato e candidato pela Chapa 4, Herbert Claros, o resultado expressivo de votos recebido deixa claro o desejo de mudança dos trabalhadores.

“Os trabalhadores não deram ouvidos para a chefia, que fez pressão para que todos votassem na Chapa 8, que é a chapa da empresa. Aqui em São José, onde pudemos acompanhar de perto, nossa campanha conseguiu minimizar a pressão da empresa e foi vencedora. Infelizmente, nas outras unidades, inclusive no exterior, onde não temos tanto acesso, a situação foi diferente, causando esse impasse na eleição”, disse Herbert.

Em São José dos Campos, que é onde está a matriz da empresa e também onde se concentra o maior número de trabalhadores (cerca de 12.800 funcionários), a Chapa do Sindicato obteve 3.260 votos, contra 2.732 votos da chapa adversária.