quarta-feira, 25 de maio de 2011

Embraer marca reunião com Sindicato

Em resposta a uma solicitação do Sindicato, a Embraer finalmente marcou uma reunião entre a direção da entidade e o vice-presidente da empresa Artur Coutinho para o próximo dia 6 de junho (segunda-feira), às 14h.

Na pauta, a discussão da situação dos trabalhadores e a redução da jornada como forma de garantir os atuais postos de trabalho, gerar mais contratações e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

O Sindicato protocolou a carta pedindo a reunião no dia 12 de maio. A empresa respondeu no último dia 20.

“Finalmente, os trabalhadores terão a oportunidade de discutir uma de suas principais reivindicações com a empresa, uma medida que fica cada dia ainda mais urgente e necessária!”, disse o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

A Embraer é hoje a empresa do setor com a maior jornada de trabalho no mundo, com 43 horas semanais.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Embraer tentar enrolar trabalhadores


Os trabalhadores da Embraer foram surpreendidos nas últimas semanas com uma série de reuniões em todos os setores da fábrica.

Em cada uma, um diretor da empresa apresentou aos trabalhadores dados, gráficos e números com um único objetivo: tentar convencer sobre um suposto estado de penúria financeira da empresa.

Só que para isso, utilizou argumentos tão fracos, a ponto de fazer qualquer trabalhador perceber claramente a manobra. O primeiro ponto explorado é o salário dos trabalhadores que, segundo a empresa, aumentou 140% nos últimos 10 anos.

Um cálculo fantasioso, já que soma grosseiramente os percentuais de reajustes concedidos no período, sem considerar a reposição da inflação e sem deixar claro que o aumento real, que é o que vale, foi ínfimo.

Em contrapartida, o diretor diz que o preço do avião aumentou apenas 26% no mesmo período. E que a empresa ainda enfrenta a desvalorização do dólar que, hoje, chega a R$ 1,55. O câmbio seria um fator importante, pois seus principais clientes estão nos Estados Unidos.

Para fechar a apresentação, o diretor termina da forma preferida pela empresa no trato com seus trabalhadores: com truculência e ameaça.

Diz que se a situação continuar assim, em alguns anos vai compensar para a Embraer fabricar seus aviões fora do país.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

BNDES defende negociação sobre redução da jornada de trabalho na Embraer

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que irá procurar a direção da Embraer para pressioná-la a abrir diálogo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, sobre a redução da jornada de trabalho.

A afirmação foi feita durante reunião com dirigentes do Sindicato, na manhã desta segunda-feira, dia 9 de maio, em São Paulo.

Há dois anos, o Sindicato tenta negociar com a Embraer para que a empresa atenda a reivindicação dos trabalhadores. Já foi aprovada em assembléia da categoria, repetidas vezes, a necessidade de se reduzir a jornada das atuais 43h para 40 horas.

Apesar dos inúmeros pedidos de abertura de negociação feitos pelo Sindicato, a Embraer continua se negando a até mesmo receber os dirigentes sindicais – o que contraria todas as normas e legislação de relações do trabalho.

O BNDES foi procurado pelo Sindicato por ser o principal financiador das vendas da Embraer. Em 2010, 65% das vendas da empresa foram financiadas pelo banco estatal.

“Empresas que recebem dinheiro público têm de respeitar as leis brasileiras e abrir diálogo com a sociedade civil, que neste caso está representada pelo Sindicato”, afirmou vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

“O clima na fábrica é de total insatisfação dos trabalhadores. Há uma reivindicação coletiva para que a jornada seja reduzida e para que a empresa pare com as demissões conta-gotas, que se tornaram frequentes em toda a Embraer”, conclui Herbert Claros.

Graúna
O Sindicato também apresentou a Luciano Coutinho a situação pela qual passam os trabalhadores da Graúna, fornecedora da Embraer em Caçapava. O BNDES detém 39,9% das ações da empresa.

Há duas semanas, a empresa esteve prestes a perder parte de seu maquinário, em razão de dívidas com fornecedores. A perda das máquinas poderia representar o fechamento de pelo menos 50 postos de trabalho, além de colocar em risco o pagamento de dívidas trabalhistas.

Luciano Coutinho afirmou, durante a reunião, que o fechamento da Graúna seria uma derrota ao Programa Pró-Aeronáutica, que prevê apoio à cadeia produtiva do setor aeronáutico. Nos últimos três anos, o BNDES injetou cerca de R$ 15 milhões na empresa.

Segundo o presidente do BNDES, o banco vem monitorando a situação da Graúna no sentido de auxiliar a recuperação da empresa.

O Sindicato defende a estatização como única saída para a Graúna. Os trabalhadores estão em estado de mobilização e já aprovaram em assembleia a exigência de estatização da empresa.

“Esta reunião com o BNDES foi muito importante, pois o banco injeta dinheiro público nessas empresas e, portanto, cabe ao governo também garantir o emprego e o respeito aos direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato Edmir da Silva.

domingo, 8 de maio de 2011

Apesar de lucros, Embraer não discute redução da jornada

A Embraer anunciou, no início desta semana, que o seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2011 simplesmente quadruplicou, atingindo R$ 174,3 milhões, ante os R$ 44,1 milhões do mesmo período do ano anterior, uma alta de quase 300%. O assunto foi manchete em todos os jornais de economia do país.

No trimestre, os pedidos firmes de aeronaves tiveram aumento de US$ 400 milhões e a empresa acumula uma carteira de US$ 16 bilhões de pedidos firmes. A empresa mantém a perspectiva de fechar o ano com uma receita de US$ 5,6 bilhões e aponta para uma recuperação gradual do mercado internacional da aviação. Segundo a Embraer, o mercado de defesa e segurança apresenta “futuro promissor, com cenário favorável para crescimento em vários setores”.

Se, por um lado, os lucros da Embraer aumentam de forma vigorosa, por outro, a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo continua sendo intransigente ao se negar atender reivindicações da categoria, como a redução da jornada semanal de trabalho sem redução de salário.

A medida é plenamente viável e já foi exaustivamente reivindicada pelos trabalhadores e pelo Sindicato.

A redução da jornada de trabalho para 40 horas, seguindo modelo adotado pelo setor aeronáutico no resto do mundo, vai gerar mais empregos, estancar a atual política de demissões a “conta gotas” e promover melhor saúde e bem estar aos trabalhadores. A atual jornada é extensa e ocasiona o crescimento do aparecimento de acidentes e doenças profissionais.

“A redução da jornada na Embraer é uma bandeira que continuamos levantando”, disse o vice-presidente do Sindicato e trabalhador da Embraer, Herbert Claros da Silva.

“No mês passado, chegamos até a protocolar uma carta, no Palácio do Planalto, para tentar tratar do assunto com a presidente Dilma Rousseff, que esteve na China para manter a Embraer lá, mas está de braços cruzados para a situação em nosso país”, completou.

A insensibilidade da empresa também é sentida no caso do reajuste salarial de 2009. Ao contrário das outras empresas, que concederam reajuste acima da inflação, a Embraer não atendeu a reivindicação dos trabalhadores e aplicou um índice compulsoriamente, sem acordo com o Sindicato, com 0% de aumento real, que até agora está sendo discutido na Justiça.

Aos trabalhadores da Embraer, resta aumentar sua organização e se mobilizar para conquistar suas reivindicações.