Dilma tem de defender emprego na Embraer do Brasil
A Embraer voltou a ser notícia esta semana, com o desembarque da presidente Dilma Rousseff na China. A missão era garantir a manutenção das operações da Embraer naquele país. A pergunta é: por que não vemos no governo petista (desde Lula) o mesmo empenho para garantir a manutenção de empregos nas unidades brasileiras da Embraer?
Desde a grande demissão de 2009, quando mais de quatro mil trabalhadores foram colocados na rua, a Embraer não para de demitir, usando o sistema “conta-gotas”. Pouco a pouco, a empresa vai enxugando seu quadro e provocando um clima de tensão permanente entre os trabalhadores. Além disso, a sobrecarga de trabalho vem agravando as doenças ocupacionais.
Vamos deixar claro que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, legítimo representante dos trabalhadores da Embraer, não é contra a expansão da empresa para outros países, como está acontecendo na China, Estados Unidos e Portugal. O que não pode ocorrer, em hipótese alguma, é que essa expansão traga como consequência mais demissões no Brasil.
O governo Dilma tem a obrigação moral e política de atuar em favor dos trabalhadores brasileiros. No caso da Embraer, o que vemos são medidas que beneficiam apenas a empresa. Em 2010, por exemplo, todas as vendas realizadas pela fábrica foram via BNDES. Mas, apesar do Governo Federal estar injetando (muito) dinheiro público para financiar negócios privados, em nenhum momento houve qualquer medida para impedir que a Embraer demita funcionários ou aumente o ritmo de produção.
Tem que reduzir a jornada de trabalho já
Tem que reduzir a jornada de trabalho já
A medida necessária é simples, viável e já foi exaustivamente reivindicada pelos trabalhadores: a redução da jornada de trabalho para 40 horas, seguindo modelo adotado pelo setor aeronáutico no resto do mundo. Na última sexta-feira dia 15, protocolamos uma carta, no Palácio do Planalto, solicitando o agendamento de uma reunião com a presidente para discutirmos sobre a redução da jornada e a preservação e criação de empregos.