quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Embraer se nega a reduzir jornada, mas nova reunião foi agendada

Em reunião no Ministério do Trabalho, nesta quarta-feira, dia 30, a Embraer continuou se recusando a reduzir a jornada de seus funcionários, mas já admite negociar a situação daqueles que trabalham no período noturno.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos defende a redução da jornada de 43h30 para 40h para todos os funcionários e já moveu uma ação na justiça para garantir, ao menos, o direito aos trabalhadores do terceiro turno. Uma nova reunião foi agendada para o dia 17 de abril, no Ministério do Trabalho.

A própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) determina que a hora noturna deve ter 52 minutos e 30 segundos, e não os 60 minutos convencionais. Essa medida representaria 25 minutos a menos por dia, chegando-se a 41 horas semanais.

O Sindicato já ganhou na Justiça a ação que obriga a Embraer a respeitar a lei trabalhista. A empresa, entretanto, entrou com recurso e agora o processo está em tramitação.
Impactos na saúde do trabalhador
Dentro de 15 dias, o Sindicato vai apresentar para a Embraer e para o Ministério do Trabalho um relatório de impacto da jornada sobre a saúde do trabalhador. A recomendação partiu da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, na reunião de hoje.

O relatório já está sendo preparado pelo Departamento de Saúde do Sindicato. Os dados referem-se a doenças e acidentes do trabalho provocados pela jornada excessiva.

Estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e apresentado na reunião mostra que, se a nova jornada fosse adotada pela empresa, seria necessária a contratação de 1.399 trabalhadores.
A adoção da jornada de 40 horas representaria um gasto adicional de 8,1% na folha de pagamento. Com relação à receita líquida da Embraer, o acréscimo seria de apenas 1,48%. Esses dados mostram que a redução da jornada é viável e teria baixo impacto financeiro para a empresa.
A Embraer foi uma das empresas beneficiadas pela desoneração da folha de pagamento concedida pelo Governo Federal, o que deve gerar uma economia de R$ 300 milhões – valor que absorveria o acréscimo gerado pela redução da jornada.
“Há anos os metalúrgicos reivindicam uma jornada menor, como forma de melhorar a condição de vida e aumentar o número de postos de trabalho na fábrica. A Embraer tem plenas condições de atender a essa reivindicação, e vamos continuar lutando pela jornada de 40 horas para todos os trabalhadores”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário