segunda-feira, 9 de maio de 2011

BNDES defende negociação sobre redução da jornada de trabalho na Embraer

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que irá procurar a direção da Embraer para pressioná-la a abrir diálogo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, sobre a redução da jornada de trabalho.

A afirmação foi feita durante reunião com dirigentes do Sindicato, na manhã desta segunda-feira, dia 9 de maio, em São Paulo.

Há dois anos, o Sindicato tenta negociar com a Embraer para que a empresa atenda a reivindicação dos trabalhadores. Já foi aprovada em assembléia da categoria, repetidas vezes, a necessidade de se reduzir a jornada das atuais 43h para 40 horas.

Apesar dos inúmeros pedidos de abertura de negociação feitos pelo Sindicato, a Embraer continua se negando a até mesmo receber os dirigentes sindicais – o que contraria todas as normas e legislação de relações do trabalho.

O BNDES foi procurado pelo Sindicato por ser o principal financiador das vendas da Embraer. Em 2010, 65% das vendas da empresa foram financiadas pelo banco estatal.

“Empresas que recebem dinheiro público têm de respeitar as leis brasileiras e abrir diálogo com a sociedade civil, que neste caso está representada pelo Sindicato”, afirmou vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

“O clima na fábrica é de total insatisfação dos trabalhadores. Há uma reivindicação coletiva para que a jornada seja reduzida e para que a empresa pare com as demissões conta-gotas, que se tornaram frequentes em toda a Embraer”, conclui Herbert Claros.

Graúna
O Sindicato também apresentou a Luciano Coutinho a situação pela qual passam os trabalhadores da Graúna, fornecedora da Embraer em Caçapava. O BNDES detém 39,9% das ações da empresa.

Há duas semanas, a empresa esteve prestes a perder parte de seu maquinário, em razão de dívidas com fornecedores. A perda das máquinas poderia representar o fechamento de pelo menos 50 postos de trabalho, além de colocar em risco o pagamento de dívidas trabalhistas.

Luciano Coutinho afirmou, durante a reunião, que o fechamento da Graúna seria uma derrota ao Programa Pró-Aeronáutica, que prevê apoio à cadeia produtiva do setor aeronáutico. Nos últimos três anos, o BNDES injetou cerca de R$ 15 milhões na empresa.

Segundo o presidente do BNDES, o banco vem monitorando a situação da Graúna no sentido de auxiliar a recuperação da empresa.

O Sindicato defende a estatização como única saída para a Graúna. Os trabalhadores estão em estado de mobilização e já aprovaram em assembleia a exigência de estatização da empresa.

“Esta reunião com o BNDES foi muito importante, pois o banco injeta dinheiro público nessas empresas e, portanto, cabe ao governo também garantir o emprego e o respeito aos direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato Edmir da Silva.

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