domingo, 8 de maio de 2011

Apesar de lucros, Embraer não discute redução da jornada

A Embraer anunciou, no início desta semana, que o seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2011 simplesmente quadruplicou, atingindo R$ 174,3 milhões, ante os R$ 44,1 milhões do mesmo período do ano anterior, uma alta de quase 300%. O assunto foi manchete em todos os jornais de economia do país.

No trimestre, os pedidos firmes de aeronaves tiveram aumento de US$ 400 milhões e a empresa acumula uma carteira de US$ 16 bilhões de pedidos firmes. A empresa mantém a perspectiva de fechar o ano com uma receita de US$ 5,6 bilhões e aponta para uma recuperação gradual do mercado internacional da aviação. Segundo a Embraer, o mercado de defesa e segurança apresenta “futuro promissor, com cenário favorável para crescimento em vários setores”.

Se, por um lado, os lucros da Embraer aumentam de forma vigorosa, por outro, a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo continua sendo intransigente ao se negar atender reivindicações da categoria, como a redução da jornada semanal de trabalho sem redução de salário.

A medida é plenamente viável e já foi exaustivamente reivindicada pelos trabalhadores e pelo Sindicato.

A redução da jornada de trabalho para 40 horas, seguindo modelo adotado pelo setor aeronáutico no resto do mundo, vai gerar mais empregos, estancar a atual política de demissões a “conta gotas” e promover melhor saúde e bem estar aos trabalhadores. A atual jornada é extensa e ocasiona o crescimento do aparecimento de acidentes e doenças profissionais.

“A redução da jornada na Embraer é uma bandeira que continuamos levantando”, disse o vice-presidente do Sindicato e trabalhador da Embraer, Herbert Claros da Silva.

“No mês passado, chegamos até a protocolar uma carta, no Palácio do Planalto, para tentar tratar do assunto com a presidente Dilma Rousseff, que esteve na China para manter a Embraer lá, mas está de braços cruzados para a situação em nosso país”, completou.

A insensibilidade da empresa também é sentida no caso do reajuste salarial de 2009. Ao contrário das outras empresas, que concederam reajuste acima da inflação, a Embraer não atendeu a reivindicação dos trabalhadores e aplicou um índice compulsoriamente, sem acordo com o Sindicato, com 0% de aumento real, que até agora está sendo discutido na Justiça.

Aos trabalhadores da Embraer, resta aumentar sua organização e se mobilizar para conquistar suas reivindicações.

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