sábado, 24 de setembro de 2011

Greve de 24 horas na EMBRAER


A Embraer enfrenta a primeira greve de 24 horas dos últimos dez anos. No 1º turno, cerca de 3 mil trabalhadores, além da assembleia, também realizaram uma passeata, percorrendo da fábrica até o Jardim Paulista, por duas horas. No turno da tarde, participaram da assembleia cerca de 2 mil funcionários.

Os metalúrgicos reivindicam que a empresa inicie negociações imediatas com o Sindicato para discutir a antecipação da data-base de novembro para setembro. Os trabalhadores querem discutir as reivindicações da Campanha Salarial, que inclui 17,45% de reajuste salarial e Delegados Sindicais, bem como outras questões como o acordo de PLR (Partcipação nos Lucros e Resultados) e a redução da jornada.

No acordo coletivo da Campanha Salarial de 2010 uma cláusula garantiu que a empresa, em maio deste ano, discutiria a antecipação da data-base. Porém, a empresa até agora se nega a discutir com os trabalhadores.

Em assembleias, na última segunda-feira, dia 19, os trabalhadores votaram estado de greve e deram prazo de 48 horas para a empresa se pronunciar, o que não ocorreu.

Na assembleia, o clima entre os trabalhadores é de indignação com o descaso da empresa e total disposição de luta. "Hoje estamos dando um recado pra Embraer. Chega de exploração. A empresa vai ter de nos ouvir", disse um dos trabalhadores presentes na assembleia.

Outro companheiro ao lado completou: "estamos vendo todas as fábricas, lutando e conquistando. Aqui tem de ser do mesmo jeito", disse.

“Não vamos aceitar que a Embraer tente novamente empurrar a data-base para dissídio, e nem que venha apenas com reposição da inflação. Esta greve é para mostrar para a empresa que os trabalhadores estão insatisfeitos e que não aguentam mais essa jornada excessiva. Aqui, ninguém está para brincadeira. Os metalúrgicos vão lutar por seus direitos e a empresa terá de respeitar isso”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

Na assembleia, foi feito um minuto de silêncio lembrando a morte do companheiro Vinícius Machado Mendes, vítima fatal de um acidente de trabalho na Embraer, no dia 1º de setembro. Foi reafirmado a necessidade do fim da pressão e assédio na empresa e da redução da jornada de trabalho para garantir mais saúde e segurança.

Assédio moral e atitude anti-sindical

A empresa diz q imprensa que faz tudo dentro da lei. Mas quando se trata do movimento dos trabalhadores não existe lei para Embraer. A pressão e as ameaças da Embraer aos trabalhadores ao longo desta semana não deram certo e a empresa teve de enfrentar a produção parada no dia de hoje. Mas, fazendo jus ao título de uma das empresas mais repressoras do país, e diante da forte mobilização dos trabalhadores, a Embraer agiu, mais uma vez, com terrorismo e assédio moral sobre os trabalhadores.

Desde o início da semana, a empresa pôs supervisores e chefes para pressionar os metalúrgicos. Tem superior ligando até na casa dos companheiros.

Por meio do email do dito@sindmetalsjc.org.br, os trabalhadores têm relatado todo o tipo de abuso, assédio moral e pressão. Os trabalhadores, se puderem, devem programar seus celulares para gravar essas intimidações e chantagens. Pode servir para uma ação na Justiça. A Embraer desrespeita o direito constitucional de greve. É caso até para se levar à OIT.

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