domingo, 2 de outubro de 2011

PLR da Embraer é uma esmola


A Embraer, uma das maiores fabricantes de aviões do mundo, vai pagar uma das PLRs (Participação nos Lucros e Resultados) mais baixas entre as metalúrgicas de São José dos Campos. De acordo com comunicado divulgado pela empresa nesta quinta-feira, dia 29, os trabalhadores receberão R$ 617 fixos e 24% sobre o salário.
O valor refere-se à primeira parcela da PLR 2011 e, ao contrário do que acontece com todas as outras empresas metalúrgicas, não foi negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
A negociação direta sobre um novo acordo de PLR com o Sindicato foi um dos itens que os trabalhadores votaram nas assembleias e incluiram na pauta de reivindicações apresentada à empresa junto com o Aviso de Greve, protocolada no dia 19 de setembro, três dias antes da greve de 24 horas deflagrada pelos trabalhadores.
Hoje, a Embraer se recusa a negociar com o Sindicato. A decisão sobre o valor da PLR é tomada a partir de discussões com uma comissão de funcionários, em que a ampla maioria é ligada à gerência da empresa. Essa forma de discutir a PLR é absurda pois desconsidera a vontade daqueles que geram os lucros, os trabalhadores.
O Sindicato defende que a PLR seja dividida em partes iguais para acabar com privilégios dentro da Embraer e aumentar o valor distribuído a todos os trabalhadores. Seguindo a fórmula adotada pela empresa, um funcionário com um salário de R$ 3.300 receberá uma PLR de R$ 1.400.
A Embraer possui 17 mil funcionários em todo o país. Em São José dos Campos, são cerca de 12 mil. Para efeito de comparação, a General Motors fechou este ano uma PLR de R$ 10.834 para 9 mil funcionários. A TI Automotive, com cerca de 750 trabalhadores, pagou uma PLR de R$ 4.500.  A Sobraer, fornecedora da Embraer, com 250 funcionários, pagou R$ 2.050.
Além de pagar um valor muito abaixo da média do setor metalúrgico, a Embraer ainda aplica o desconto de PMS (Plano de Metas Setoriais). Ou seja, a PLR só é paga na íntegra para os setores que atingirem 100% das metas. Aqueles que não atingirem 75% não terão direito à PLR.
“Os trabalhadores estão indignados com esse valor. Mais uma vez a Embraer mostra sua intransigência e autoritarismo, recusando-se a acatar as reivindicações de seus funcionários. Ao pagar uma PLR tão rebaixada, tudo o que ela conseguiu foi aumentar ainda mais as chances de uma nova paralisação”, afirma o vice-presidente do Sindicato Herbert Claros da Silva.

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